RUCR Entrevista | Mônica Cordeiro
Com o objetivo de informar e inspirar pessoas e empresas, o nosso escritório lança o quadro RUCR Entrevista. Convidaremos mensalmente um profissional de diferentes áreas do meio corporativo para responder algumas perguntas que englobam as tendências do mercado e as experiências com negócios de sucesso.
Neste mês, contamos com a coordenadora do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, Mônica Cordeiro. Confira abaixo:
Fale um pouco da sua trajetória e de como o tema da governança entrou em sua vida profissional:
Sou Engenheira Civil e minha carreira de executiva foi desenvolvida na Cemig, onde trabalhei por 30 anos em diversas posições. Me aproximei do IBGC em 2012, quando a Cemig – em franco crescimento à época – treinou seus executivos para as posições de Conselho das novas empresas sendo criadas. Atuei em diversos Conselhos e, hoje, sou Conselheira Certificada pelo IBGC como Conselheira Experiente.
Vamos falar de governança: as empresas estão bastante focadas nesse tema atualmente. Por quê?
Sim, o tema entrou na agenda das empresas, pois governança é a base para o crescimento. Empresas com boa governança asseguram sua longevidade e obtêm melhores condições de financiamento e valorização por parte de investidores. É um sistema que organiza o processo decisório, equilibra interesses dos diversos públicos que se relacionam com a empresa.
Uma boa governança também pressupõe que funções como gerenciamento de riscos, de compliance e de controles internos sejam organizadas no âmbito da gestão da empresa, temas esses que devem ser supervisionados por seu Conselho de Administração, o que assegura preservação de valor e resultados a longo prazo.
Adicionalmente, a boa governança tem instrumentos específicos para assegurar a base de relacionamento entre os sócios e entre os sócios e seus Conselhos de Administração – colegiados que ligam os donos aos gestores -, de forma a equilibrar os interesses de longo prazo por parte dos proprietários do negócio.
Este é um assunto para companhias grandes ou as médias e pequenas companhias também devem se preocupar com essas questões?
Organizações de qualquer porte podem se beneficiar ao contarem com um bom sistema de governança, desde que ele seja compatível com seu momento e sua maturidade. As companhias abertas têm exigências legais a atender, mas as médias e pequenas podem se organizar de maneira a estabelecer suas melhores práticas associadas aos princípios da equidade, transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa, a base de um sistema de governança.
É caro implementar um processo de governança? Como iniciar?
Há investimentos associados ao desenho e à implementação das estruturas escolhidas ao longo da jornada de governança de uma empresa. O importante é saber escolher o caminho, os agentes de governança – os quais devem harmonizar com a identidade da empresa – e ter certeza de que este investimento gera retorno ao longo do tempo. Muitas empresas acompanham, por exemplo, os investimentos no sistema de governança em relação às receitas líquidas. É um parâmetro disponível, dentre outros, para confirmar a geração de valor. O que se sabe é que há benefícios concretos de valorização de empresas bem geridas e bem governadas.
O primeiro passo é conhecer com mais profundidade os elementos de um sistema de governança. Para tanto, donos e executivos precisam ser capacitados. O segundo passo é começar por onde faça sentido. Há empresas, por exemplo, que fortalecem as funções estratégicas da gestão que são conectadas ao sistema de governança – riscos, controles internos e compliance, por exemplo. Em outras empresas, começa-se pela estruturação de Conselhos Consultivos ou de Administração. O importante é fazer no ritmo adequado. Ou melhor, o importante é fazer.
Também é essencial contar com pessoas capacitadas para apoiar a empresa nestas decisões e nesta caminhada.
Fale um pouco do IBGC, sua função dentro daquela importante organização e como ele atua em nosso Estado e a nível nacional
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa é uma referência em governança corporativa há 27 anos no Brasil.
Pioneiro no tema, o IBGC é um “think tank” que acredita em “uma governança corporativa melhor para uma sociedade melhor” e que atua nas áreas reflexão, influência, geração de conteúdo e capacitação. Há representações regionais do IBGC em 10 regiões brasileiras, além de São Paulo. O Capítulo de Minas Gerais foi criado em 2009 e, nos últimos 3 anos, consolidou sua presença com expressivo crescimento do número de associados e criação de grupos temáticos de discussão de tópicos relevantes. Eu participei do Comitê Coordenador de Minas Gerais nesses três últimos anos, atuando como Coordenadora Geral, e sou vice-coordenadora da Comissão de Conselhos de Administração do IBGC. Em agosto, teremos um novo Comitê/MG, e eu seguirei apoiando nosso GT de Governança no setor de saúde – um tema muito relevante para nosso estado. Boas notícias também virão desta iniciativa!
Quer deixar uma mensagem para as empresas que estão pensando em implementar um processo de governança ou que estejam iniciando-o?
A minha mensagem é que governança é tema relevante para donos e executivos. Conhecer possibilidades, trocar experiências, decidir os caminhos – específicos para cada empresa – é tarefa inadiável para um direcionamento sustentável de qualquer organização. Aproximar-se da comunidade de governança mineira e de bons consultores neste momento já é meio caminho andado.
Agradecemos a participação da Mônica Cordeiro.
RUCR Entrevista | Emmanuel Marchal
Com o objetivo de informar e inspirar pessoas e empresas, o nosso escritório lança o quadro RUCR Entrevista. Convidaremos mensalmente um profissional de diferentes áreas do meio corporativo para responder algumas perguntas que englobam as tendências do mercado e as experiências com negócios de sucesso.
Neste mês, tivemos a honra de contar com Emmanuel Marchal, Managing Partner da Cassotis Consulting, empresa Belgo-Brasileira de soluções de consultoria e otimização para empresas de médio e grande porte. Confira abaixo:
Fale um pouco da Cassotis:
A Cassotis Consulting auxilia a tomada de decisão dos seus clientes com sistemas customizados e confiáveis, capazes de resolver os mais complexos problemas através de advanced analytics e otimização prescritiva.
Qual o maior desafio para seus clientes em 2022 ??
Além dos indicadores econômicos que sempre foram os direcionadores principais das decisões dos nossos clientes, os indicadores relativos ao meio-ambiente aparecem cada vez mais. Isso se explica pelas leis ambientais que estão cada vez mais rígidas no Brasil e acompanha entre outros a necessidade das indústrias serem mais sustentáveis, reduzindo ao máximo suas emissões de CO2 na atmosfera..
O que enxerga para o futuro ?
A pandemia que mudou o contexto internacional em poucos meses e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia que impactou a economia mundial em poucos dias, mostraram o limite dos modelos preditivos e a importância da responsividade. Sem dúvida o mundo e as indústrias principalmente têm que se preparar para se adaptar o mais rápido possível a novas realidades, tomando as melhores decisões em um tempo muito curto. Modelos matemáticos servem justamente para isso.
Agradecemos a participação do Emmanuel Marchal.
RUCR Entrevista | Virginia Sampaio
Com o objetivo de informar e inspirar pessoas e empresas, o nosso escritório lança o quadro RUCR Entrevista. Convidaremos mensalmente um profissional de diferentes áreas do meio corporativo para responder algumas perguntas que englobam as tendências do mercado e as experiências com negócios de sucesso.
Neste mês, contamos com a Consultora internacional, especializada no comércio exterior de frutas frescas e ingredientes para cosméticos, Virginia Sampaio. Confira abaixo:
Fale um pouco sobre a exportação de frutas no Brasil:
O Brasil produz 40 milhões de toneladas de frutas por ano, sendo o terceiro maior produtor mundial. O mercado interno absorve grande parte desta produção e as exportações representam um pouco mais de 640 mil toneladas.
Segundo a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas), novo acordos comerciais devem estimular um aumento nas remessas externas. O Brasil já ultrapassou a barreira de US$ 1 bilhão com a exportação de frutas em 2021.
Exportação de frutas frescas: Por onde começar?
A exportação de frutas é um mercado muito lucrativo para a economia nacional. Para se ter uma ideia, de acordo com matéria do site Dinheiro Rural, em 2018 o Brasil exportou 877,5 mil toneladas de frutas, tanto in natura quanto processadas.
O principal mercado para as frutas brasileiras é o europeu, e os portos de Roterdã, na Holanda, e London Gateway, na Inglaterra, são os principais portos de entrada.
7 passos simples para a exportação:
1. Habilite sua empresa no Radar Siscomex;
2. Faça prospecção de mercado e elabore uma estratégia para começar. Procure e forme parcerias técnicas e comercias que possam acelerar o aprendizado para exportação;
3. Conheça as regras do país e os acordos comerciais. Pesquise seu mercado foco. Entenda as barreiras para entrada, necessidades do clientes e seus potenciais concorrentes e riscos;
4. Informe-se sobre os INCOTERMS;
5. Elabore seu preço de exportação;
6. Classifique corretamente sua mercadoria; e
7. Organize a documentação.
Quais são os documentos necessários para a exportação de frutas secas?
- Cadastro no Decex (departamento de Comercio Exterior, do MIDIC)
- Fatura Comercial
- Packing list (Romaneio)
- Certificado de origem
- Certificado fitossanitário
- Registro de exportação
- Certificados de boas práticas agrícolas que assegura a responsabilidade social, respeito ao meio ambiente e segurança alimentar do produto.
Agradecemos a participação da Virginia Sampaio.